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Operação da PF no Piauí e mais 3 estados desmonta esquema de fraude em vestibular de medicina

Divulgação

A Polícia Federal deflagrou a 4ª fase da Operação Passe Livre, nesta quarta-feira (16), cumprindo 27 mandados de busca e apreensão nos estados do Piauí, Pará, São Paulo e Tocantins. A operação investiga um esquema criminoso que fraudava vestibulares para ingresso em cursos de medicina de faculdades particulares. O grupo envolvido burlava os sistemas de segurança das provas online, permitindo que terceiros acessassem as questões ou que outras pessoas realizassem os exames no lugar dos candidatos. A fraude ocorria mediante pagamento de R$ 2 mil por candidato.

De acordo com a Polícia Federal, o esquema consistia em resolver as provas para os beneficiários da fraude ou fornecer as respostas para que eles inserissem nos sistemas de vestibulares. Foram identificadas situações em que o grupo conseguia fraudar provas para até nove candidatos ao mesmo tempo, utilizando vários associados para resolver as questões. Até agora, foram identificados 63 investigados e fraudes em quatro estados, resultado da análise de materiais apreendidos.

A investigação é um desdobramento das fases anteriores da Operação Passe Livre, que foi deflagrada inicialmente em fevereiro de 2024 para apurar fraudes no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) dos anos de 2022 e 2023. Durante a investigação, a polícia encontrou provas de que o grupo criminoso recebia pagamentos por transferências bancárias, com os valores divididos entre os envolvidos na resolução ilícita das provas.

O grupo criminoso demonstrava grande habilidade em burlar os sistemas de segurança dos vestibulares de medicina, o que chamou a atenção da Polícia Federal pela complexidade e coordenação da operação. Dada a abrangência nacional das fraudes e a necessidade de repressão uniforme, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou a atuação da PF na investigação do caso.

Os investigados podem responder por crimes como estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso, associação criminosa, entre outros que possam surgir durante o processo investigativo. O nome da operação, "Passe Livre", faz referência à facilidade com que o grupo conseguia realizar as fraudes.

A operação é mais um esforço das autoridades em combater a fraude nos processos seletivos do ensino superior, principalmente em cursos de alta demanda como o de medicina, preservando a integridade do sistema de acesso às universidades e garantindo justiça nos processos seletivos.