Polícia

Empresário é preso suspeito de agiotagem em Timon; retinha cartões de benefícios das vítimas e fazia saques

Divulgação

Um empresário da cidade de Timon, no Maranhão, foi preso pela Polícia Civil na tarde de quarta-feira (30) sob a suspeita de agiotagem. Durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua residência, as equipes do 2º Distrito Policial encontraram diversos cartões de benefícios de vítimas, o que levou à investigação mais aprofundada.

O delegado Cláudio Mendes explicou que o empresário, que possui quatro açougues em Timon, se apoderava dos cartões de pessoas que o procuravam em busca de empréstimos a juros exorbitantes. Ele sacava mensalmente o dinheiro referente à negociação e devolvia apenas a diferença, mantendo a maior parte para si. A situação veio à tona após um idoso deficiente procurar as autoridades, relatando que havia deixado seu cartão de benefício como garantia para um empréstimo. O idoso, que não possui uma das pernas, alegou que o empresário sacava todo mês o valor completo do benefício, retirava a quantia referente aos juros e devolvia o restante.

O delegado afirmou que essa prática configura dois crimes: usura, caracterizada pela agiotagem, e a retenção de cartões de beneficiários do INSS. Com a denúncia do idoso, a polícia solicitou um mandado de busca na residência e nas empresas do empresário. Durante a operação, foram encontrados mais cartões de outras vítimas, que também estavam com senhas, sugerindo que ele tinha um número considerável de clientes explorados.

Além dos cartões, a polícia apreendeu uma quantia em dinheiro, dois cadernos contendo anotações de empréstimos e notas promissórias. Também foram encontrados cartões de benefício do Bolsa Família, evidenciando que o empresário explorava pessoas em situação de vulnerabilidade que recorriam a empréstimos por necessidade. O delegado destacou que a prática de reter cartões, especialmente de idosos, configura um crime sob o artigo 107 do Estatuto do Idoso.

Após a apreensão, o empresário foi conduzido à Central de Flagrantes, onde foi autuado por seus crimes. O caso evidencia a exploração financeira de indivíduos vulneráveis por agiotas e a necessidade de ações de fiscalização e combate a esse tipo de crime.