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Governo, MP e TCE unem forças em prol do fim dos lixões nas cidades do PI
Seminário de Resíduos Sólidos aponta soluções para que os resíduos sólidos sejam descartados de forma adequada
Evento aponta soluções para o descarta adequado para os resíduos sólidos - Foto: Ascom
O Governo do Estado, o Ministério Público do Estado do Piauí (MPE) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) decidiram realizar esforço conjunto no sentido de ajudar os municípios do Piauí a acabar com os lixões, áreas para onde os resíduos sólidos da população são descartadas de forma inadequada, trazendo grandes prejuízos à sociedade e ao meio ambiente.
Para isso, está sendo realizado nesta quinta-feira (1º), no auditório da SASC, o “Seminário estadual de resíduos sólidos e logística reversa: responsabilidade compartilhada da gestão pública”. O evento conta com a participação, além de representantes dos entes públicos que estão organizando, de associações de catadores de lixo e da Associação Piauiense de Municípios (APPM).
O economista e historiador Nonato Lima, representando a Secretaria de Governo do Piauí e um dos palestrantes no painel: “Papel do Estado na gestão integradas dos resíduos sólidos no Piauí”, ressaltou que a união de forças dos poderes vai ajudar a solucionar o problema, principalmente devido à falta de competência técnica e financeira dos municípios. “Construir e manter um aterro sanitário é complexo e caro. Então, é importante que os poderes contribuam para que as prefeituras possam cumprir seu papel, já que a competência do descarte é delas”, comentou o historiador.
A promotora de Justiça Áurea Madruga, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA), do Ministério Público do Estado do Piauí, alertou que mais de 90% dos 224 municípios do Estado têm lixões, o que demonstra a gravidade da situação. “Além do prejuízo causado às famílias que vivem cantando lixo, que é uma situação degradante, o gás metano liberado é 25% pior do que o gás carbônico. Ou seja, o prejuízo é para toda a sociedade, mesmo de quem não tem nenhuma relação direta com o lixão”, afirmou a promotora.
Áurea frisou, no entanto, que alguns municípios já assinaram termos de ajuste de conduta com o MP para acabar com os lixões e construir aterros sanitários adequados. O problema é que foram poucos os municípios que se comprometeram a dar uma solução. Por isso, é necessário a união dos entes públicos para que os demais também exterminem os lixões.
O auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Piauí (TCE-PI), Leonardo Santana, lembrou que o TCE iniciou um levantamento técnico para analisar os custos que os municípios terão para construir seus aterros sanitários. Ele afirmou que o estudo deve estar concluído até julho de 2023. “Será uma grande colaboração do TCE para os municípios, que carecem de capacidade técnica para isso”, comentou.
Uma das ideias ventiladas é que os municípios se unam e usem, de forma compartilhada, aterros sanitários construídos por empresas privadas. “Mas isso precisa de bastante discussão e troca de experiências, que é o que estamos fazendo no evento”, concluiu Nonato Lima.