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CRM-PI interdita Hospital do Buenos Aires e investiga a morte de bebê
A interdição ética ocorre inicialmente por 60 dias e é decorrente das vistorias realizadas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Piauí
CRM do Piauí realiza interdição ética do Hospital Geral do Buenos Aires - Foto: Raíssa Morais
O Conselho Regional de Medicina (CRM-PI) realizou a interdição ética parcial do Hospital Geral e da Maternidade do Buenos Aires, localizado na zona Norte de Teresina, nesta sexta-feira (1º), por falta de insumos hospitalares, profissionais da saúde e pela ausência do diretor-geral da unidade de saúde. A partir de hoje, não serão admitidos novos pacientes.
A interdição ética ocorre inicialmente por 60 dias e é decorrente das vistorias realizadas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Piauí nos dias 27 de outubro e 30 de novembro deste ano, onde fiscais identificaram falta de neonatologistas e medicamentos.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Piauí (CRM) comunicou ainda que vai investigar a morte de um bebê que não recebeu atendimento por falta de neonatologista.
“Não podemos afirmar, mas, provavelmente, pessoas morreram por falta de atendimento. Nós tivemos o caso de uma criança que foi atendida por telefone para um consulta com neonatologista por intermédio de uma atendente de enfermagem, que informava como proceder. Além disso, nós temos problemas com insumos hospitalares, falta de medicamentos e equipamentos de fototerapia, que, desde março não resolveram”, falou Dagoberto Barros da Silveira, presidente da CRM-PI.
A FMS tomou as providências necessárias para manter o atendimento aos pacientes em outros hospitais e maternidades, devido à interdição ética no Hospital do Buenos Aires. No vídeo acima, o presidente da FMS, Gilberto Albuquerque, fala que outros hospitais estão recebendo os pacientes e foi feito reforço nas equipes dos profissionais desses hospitais.
Segundo Dagoberto Barros da Silveira, a direção do Conselho Regional de Medicina foi informada sobre a morte de um bebê que não recebeu atendimento por falta de neonatologista na unidade hospitalar. O óbito teria acontecido nesta semana.
O promotor de Justiça Eny Marcos Vieira Pontes, que também compareceu à unidade hospitalar para acompanhar a interdição do prédio, disse que será instaurada uma investigação para apurar o caso "
“Há dois anos assistimos as dificuldades para os médicos e profissionais da saúde trabalharem, seja por falta de insumos ou por escalas incompletas. Também temos episódios de falecimento, agora vamos apurar para responsabilizar. A notícia do falecimento de um bebê é insustentável, pois uma maternidade tem que ter em sua escala, diariamente, um neonatologista para atender pessoalmente esses bebês. Não se resolve medicina dessa forma”, falou.
Na última fiscalização realizada na quarta-feira (30), foram identificados os mesmo problemas, ausência frequente de soro fisiológico levando a transferências de pacientes, falta de administração e medicações que dependem da solução, tratamento inadequado de pacientes (necessidade de volume para tratamento eficaz sem realização por falta da solução), falta de tubo orotraqueais em estoque tamanho 7.5 e 8.0 (os mais usados em adultos), ausência de algumas medicações analgésicas e antibióticos, escala de neonatologia incompleta comprometendo a segurança dos recém-nascidos da maternidade, aparelhos de fototerapia antigos e com baixa eficiência, falta de luvas de procedimento em tamanho pequeno e médio, entre outros fatos enumerados no relatório técnico do CRM-PI.