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Brasileira Kira Salim está entre as vítimas de atropelamento em festival de rua em Vancouver

Divulgação

A musicista brasileira Kira Salim (Clara Ganapol Salim), de 34 anos, está entre as 11 vítimas fatais de um atropelamento em massa ocorrido na madrugada deste domingo, 27, durante um festival de rua em Vancouver, no Canadá (horário de Brasília). De identidade de gênero não-binária, Kira vivia no Canadá com o marido há cerca de três anos.

O Itamaraty confirmou a morte da cidadã brasileira e informou que presta assistência consular aos familiares. No Brasil, parentes de Kira também confirmaram a tragédia.

Natural do Rio de Janeiro e com raízes no Rio Grande do Sul, Kira era formada em Licenciatura em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), turma de 2014. No Canadá, trabalhava em uma escola na cidade de New Westminster, localizada a cerca de 26 quilômetros do centro de Vancouver.

De acordo com familiares, o marido de Kira não estava presente no momento do incidente e aguarda o andamento dos trâmites legais para o sepultamento. A identificação formal das vítimas, segundo a polícia de Vancouver, enfrenta atrasos, mas deve ser concluída nas próximas horas.

Antes de se mudar para o Canadá, Kira era figura conhecida no cenário cultural carioca, tendo organizado e cantado no bloco de carnaval Marcha Nerd, que desfilava pelas ruas do Rio de Janeiro com músicas de animes, séries e filmes clássicos das décadas de 1980 e 1990. Em julho de 2022, Kira se despediu do bloco, registrando nas redes sociais sua expectativa pela nova vida em solo canadense.

Nas redes, Kira também compartilhava seu compromisso com a educação inclusiva, descrevendo sua missão como a de promover o desenvolvimento de jovens e comunidades marginalizadas, em um ambiente "diverso e equitativo, valorizando diferentes forças e personalidades".

O responsável pelo atropelamento, um homem de 30 anos, foi contido pela multidão e preso em seguida. Segundo o chefe interino da polícia de Vancouver, Steve Rai, o suspeito apresenta um histórico significativo de problemas de saúde mental e de interações anteriores com a polícia e profissionais da área médica. Rai descartou, até o momento, a hipótese de motivação terrorista e classificou o episódio como "o dia mais sombrio da história da cidade".

"Em nome de todos no Departamento de Polícia de Vancouver, quero expressar minhas sinceras condolências às vítimas, suas famílias e entes queridos e a todos que foram afetados por este ato de violência sem sentido e doloroso", declarou Rai.

O atropelamento ocorreu durante as celebrações do Dia de Lapu Lapu, festival que homenageia Datu Lapu-Lapu, chefe indígena filipino que resistiu à colonização espanhola no século XVI. De acordo com os organizadores, o evento "representa a alma da resistência nativa e uma força poderosa que ajudou a moldar a identidade filipina".