A Secretaria de Estado das Mulheres (Sempi) promoveu, nessa quinta-feira (21), curso de capacitação com agentes de segurança pública, no município de Picos. A formação ocorre pelo projeto "Elas Seguras" e é focada no acolhimento de mulheres vítimas de violência motivada por questões de gênero. Participaram 50 agentes, divididos em duas turmas, cada uma com 25 alunos.

“Nosso objetivo é humanizar mais os serviços de atendimento às mulheres em situação de violência. Para isso, pontuamos a questão de gênero, diversidade, racismo e masculinidade. O curso discute, também, sobre a rede de atendimento. Então, foi um momento rico, porque possibilitou que esses profissionais, inclusive quem está entrando agora na polícia, passem por essa formação”, explica a secretária de Estado das Mulheres, Zenaide Lustosa.

Essas são as últimas turmas do projeto "Elas Seguras", cujo as aulas são conduzidas pelo Núcleo de Estudos em Gênero e Desenvolvimento (Engendre) da Universidade Federal do Piauí (UFPI). De acordo com Marília Passos, professora e pesquisadora do núcleo, a experiência foi positiva, pois os alunos sugeriram a possibilidade de uma formação continuada, ou seja, a possibilidade de uma formação permanente para esse tipo de atendimento.

“Foi bem interessante o diálogo com a sétima turma do projeto, pois houve muita interação dos agentes. Conversamos sobre a realidade de Picos, como são as violências no município, quais os crimes que têm sido mais recorrentes. Nesse curso, trabalhamos conceitos, mas também temos uma parte prática. E quem esteve na mesa conosco trouxe também a dimensão pragmática do atendimento. Acho que a formação irá contribuir muito, porque dúvidas foram esclarecidas, especialmente o que se deve fazer em determinados atendimentos”, avaliou Passos.

Para a delegada Francineide Fontes, os temas trazidos pelo curso irão sensibilizar os agentes de segurança para o atendimento de mulheres em situação de violência.  Ela explicou que é a primeira vez que uma formação desse tipo ocorre em Picos. “É de uma importância incalculável, para nós, enquanto policiais que estamos no interior, um curso como esse, com material explicativo. Então, a gestão está de parabéns por ter trazido o projeto a Picos e que venham mais vezes”, disse a delegada.

O agente de polícia Filipe Francine atua há dois anos em Picos e foi um dos alunos da primeira turma do município. Ele destacou que o curso aprimora o atendimento no serviço público à mulher vítima de violência. “Para que ela se sinta acolhida, desde o momento em que ela é atendida na delegacia, assim como nas demais fases do processo e espero que, assim como foi falado aqui, traga frutos melhores ainda do que os que foram apresentados”, relatou.

A cabo Aurineide foi outra agente que participou da formação. Ela explicou que em seu espaço de trabalho há muitas ocorrências de mulheres em situação de violência. “Acho importante esse trabalho comunitário, esse trabalho humano da polícia. Hoje tivemos aprofundados vários temas, como a questão de gênero. É nosso papel buscar sempre mais informações sobre essas temáticas”, disse.