-
Rafael Fonteles anuncia concurso com mil vagas para SESAPI em 2025
-
Governador assina memorando com escolas de tecnologia em Portugal para intercâmbio de estudantes piauienses
-
Alepi autoriza viagem de Rafael Fonteles a Portugal; governador se ausentará por 4 dias
-
Silvio Mendes anuncia secretariado para 2025 com perfil técnico e redução de secretarias
-
Lucy Soares comenta possível disputa política entre as filhas nas eleições de 2026
Bolsonaro é recebido com aplausos e vaias em Aparecida
Padre que coordena a missa no santuário da padroeira precisou pedir silêncio à plateia. Arcebispo disse que receberia o presidente com 'respeito', mas cobrou 'identidade religiosa' dos fiéis
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recebido com aplausos e vaias em sua chegada ao Santuário Nacional de Aparecida (SP), na tarde desta quarta-feira, Dia de Nossa Senhora Aparecida.
A comitiva causou alvoroço dos fiéis em sua chegada ao ensaio dos cânticos, momentos antes do início da missa das 14h. Bolsonaro estava acompanhado, entre outros, de Tarcísio de Freitas (ex-ministro da Infraestrutura e candidato ao governo de São Paulo), o filho Eduardo Bolsonaro, Marcelo Queiroga (ministro da Saúde) e Marcos Pontes (Ex-ministro da Ciência e Tecnologia).
O padre Eduardo Ribeiro, coordenador da celebração, precisou pedir silêncio à plateia. Alguns apoiadores de Bolsonaro tentaram emplacar gritos de "mito", em vão.
Na basílica antiga, onde uma multidão esperava pela presença de Bolsonaro para a reza de um terço — o que acabou não acontecendo —, apoiadores do presidente chegaram a hostilizar a imprensa.
Em vez de ir ao local, o presidente deixou a missa na Basílica e passou numa tenda de romeiros próxima, onde falou com apoiadores e não respondeu se havia comungado na missa quando questionado por repórteres.
Após a missa, o presidente deixou Aparecida, seguiu direto para o aeroporto e retornou a Brasília.
Ou evangélicos ou católicos
Em entrevista concedida após uma das missas da manhã, o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, foi questionado sobre um possível uso eleitoral da presença de Bolsonaro nas celebrações do dia. Ele disse que iria receber o presidente "com todo o respeito", mas cobrou "identidade religiosa" dos fiéis, sem citar o visitante.
— Eu não posso julgar as pessoas, mas nós precisamos ter um identidade religiosa. Ou somos evangélicos ou somos católicos — afirmou Brandes.
Em seguida, ele fez uma analogia bíblica sobre usar a Igreja Católica com "segundas intenções", isto é, motivação eleitoral, mencionando que "quando os reis magos visitaram Jesus, não usaram da religião".
— Há uma diferença entre buscar a verdade e buscar interesses. Nós temos um compromisso ético com a verdade. Mas a política caminha muito pelos caminhos ideológicos, que são caminhos de grupos e interesses pessoais — declarou.
As homílias de Dom Orlando Brandes têm sido marcadas por críticas. No ano passado, o arcebispo defendeu que "para ser pátria amada não pode ser pátria armada". Bolsonaro rebateu a crítica no dia seguinte, e disse que respeitava a opinião do religioso, mas que antes "somente os marginais, os bandidos é que tinham arma de fogo" no Brasil, mas negou que Brandes tenha criticado a pauta do armamento da população.
Em 2020, Dom Orlando Brandes criticou a volta da impunidade e as queimadas em biomas como Amazônia e Pantanal. Em 2019, disse que a "direita é violenta e injusta".
Mais cedo, Bolsonaro esteve em Belo Horizonte (MG). Ele discursou em um trio elétrico acompanhado do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do apóstolo Valdemiro Santiago, e de outros aliados e líderes religiosos. O presidente voltou a defender temas da pauta conservadora, reiterando ser contra a legalização de drogas, contra o aborto e contra o que costuma chamar de "ideologia de gênero nas escolas".
Powered by Froala Editor
Fonte:Globo.com